o bulbo branco no teto brilha
um instante e se dissolve
como uma pastilha de sal de frutas
no copo da escuridão
desperto
caindo de guarda-chuva
na zona verde
da manhã
como se mergulhasse numa
floresta
rumo ao imenso
sistema das raízes
ou como se o mar fosse fundo
espelho voltado
para a lonjura do céu
um muro horizontal
o lago de mármore janela
aberta para o centro
da terra
o que é ser rio e correr?
cada pessoa é uma porta
entreaberta
para um mundo
onde há lugar para todos
mariposas loucas de verão
são pequenos telegramas
pálidos
que a noite envia
passeio pela avenida neonazi
skinheads por detrás das nuvens
uma chuva fininha pura
como agulhas de vidro
tudo que está vazio
volta sua face para mim
e murmura não estou vazio
apenas espero
na noite estrelada
dos meninos de rua
o último a dormir
apaga a lua
2 comentários:
Exitem aqueles que mergulham em direção as raízes e outros que apagam a lua e nenhum escolheu o que faz...mesmo achando que sim. Lindas metáforas.
Quem diria! Quem diria.
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