entre o poeta e a poesia existem caminhos
tempos
que ele estilhaça para sair de todos
os existentes caminhos
porque este ser tão construído
com poesia
não é da ordem do mapa
da geografia
porque um poeta busca nessa
ausência de lugar
o seu universo
único
em cada estrada que vai
de nada a lugar nenhum
procuro sempre além
do encontrável
escrevo exatamente porque
não sei
que idioma vozes margens ou veredas
me inundarão com a Vida
entrevejo uma nação
encantada
que só pode ser dita pela palavra
por inventar
e a todo poeta compete um percurso
lento e cego
que não se presta a revelações
senão esquecimentos
já que só existe uma verdadeira
ameaça
a invasão de um território único homogêneo
a anular
lá quando
os sonhos
sonham
Um comentário:
...mas esse mundo onde os sonhos são sonhados, as palavras inventadas, os caminhos esquecidos e estilhaçados; tem uma faixa amarela?
Postar um comentário