Devolvo acertos, compro erros inaptos
dou passagem à gratidão
Quero matisses roubados
acorrentadas, nulas, solidões
Encomendo tradição ao acaso
injetando brevidades no adeus
Facilito a força dos prazeres
mas intenciono garantias alveoladas
Comemoro o absoluto invisível
sem comunicar a opinião da memória
Enjeito o poder dos poderosos
cancelo porquês com pecados
Flutuo no íntimo, coagulo,
ideológico, o azul cooptante
E sofro,
sofro à porta da tristeza crua
A desgraça do próprio destino
antecipado
Removo a montanha dos apesares
atinjo o que sente e não pensa
Contenho toda a distância, acaricio
a promessa e os profetas
E agora, alfinetado à vida
mariposa, dor e raiva
Tenho o caminho fechado para
ela ― Ah,
Não ser inocente, insensível, nem mesmo
um velho fantasma dos mortos perenes
Um comentário:
o preço e o peso de nossas escolhas sempre se transformam em alfinete e moldes a nos conter a vida.
Poema muito bonito em sua tristeza.
beijo
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