quinta-feira, 25 de novembro de 2010

a umidade das formas


o cosmo só existe
enquanto existo eu
e no entanto passa
muito
além do que a mente
creu

incrível não é que haja
a beleza
mas que algumas teorias
funcionem

assombroso não é haver
o mundo
mas acreditar
nele

ser humano é nunca estar
por inteiro faltar
à grande orgia
do ser

homens mulheres e outros gêneros continuam a chafurdar
nos mesmos batidos boleros
de amor ódio sexo
e morte

a vida é arte
a arte
sorte

a arte está na terra
molhada e as sensações que a própria terra
tem por estar
molhada

já sou só uma pena
voando
a vida imita a arte
sorte a dela assim
está viva

4 comentários:

chica disse...

Lindo poema,bem profundo!beijos,chica

angela disse...

Não pode pensar muito com o coração acaba iluminado.

filipe com i disse...

tks chica e ângela

Dalva M. Ferreira disse...

Eu ia lendo e pensando: se não fosse teu, eu me daria um tiro no olho, pra não estragar o couro. Porque tu lidas com as palavras-cheias, aquelas que significam coisas, tão bem e tão propriamente como com aquelas que significam sentimentos. Bárbaro.