segunda-feira, 5 de agosto de 2013

a máquina de inventar passados




quanto mais cresce a memória (mais cresce)
a morte
porque o fantasma que anima
o homem é uma máquina
de esquecer e lembrar a crescer
para a morte
e não digo isto tristemente
porque também é fato
a memória disfarçando (se) de vida
torna (a) menos amarga
mais digna sutil tênue e talvez
menos provável
um hoje grande e mutante
pede menos a eternidade preguiçosa
dos ídolos
mas o câmbio o desaparecimento
a cooperação na libido
universal
atuar sem nome e não ser (um puro nome)
ocioso
não acreditar na arte como curso preparatório
extensão conhecimento (da vida)
apenas uma forma desperdiçada
de buscar fugindo caminhar
se perdendo
viver é viajar durante o inverno
e a noite
procurar uma passagem pelo céu
onde nada
luz


Um comentário:

angela disse...

As contradições de ser matéria viva e "consciente".