quarta-feira, 26 de setembro de 2012

uma relação pornográfica (parte 2)



Antes mesmo de abrirmos a porta do quarto, ela já tinha uma das mãos alojada dentro das minhas calças abarcando com destreza todo o meu equipamento geniturinário; a boca de dentes perfeitos me beijava com vigor, a bem dizer, aplicava uma sucção desesperada que ia arrancando a minha língua com freios e tudo. Tateando com dificuldade, consegui ajustar a chave na fechadura.
― Acho que vamos pular a parte do champanhe...
― De maneira nenhuma, você cuida da rolha, e eu, da rola. Vem abrir a braguilhinha aqui no quarto, vem!
― ... vou te ajudar com isso...
― Deixa que esta parte é minha, vou abrir o saco de presentes do Papai Noel... ― respondeu atrevida. Desembaraçada do obstáculo das minhas calças e cueca, ela inicia um trabalho de sopro com tanta gana que os meus bagos são dragados pela garganta profunda.
― Calma aí, você vai engolir meus tomates desse jeito! ― protesto sem muita convicção.
― Ughmmmfmm!?!
― Quê?!
Ela desboqueteia o valioso nervo para envelopá-lo com a camisinha.
― O pepino já tinha ido, gosto de engolir a horta toda.
― Toma teu rumo, cachorrona, depois do café o que você tá precisando mesmo é do leitinho de miápica ― antecipava gulosamente o calor da gruta quente guarnecida por um grelinho frenético, já pressentindo a fúria uterina daquela mulher-diaba.
A chapeleta do meu bilau tornou-se escura, uma imensa e tensa amora prestes a explodir como uma granada entre as mãos da bacante com malemolência de profissional. Plop! Salta a rolha da garrafa de champanhe. Abandona então brevemente a sua presa de carne e passa a aplicar igual tratamento ao gargalo do brüt, sorvendo a espuma do espumante enquanto me empurra na direção da cama e monta na estaca emborrachada, dando início a um galope sem brida que me levou ao zênite... rápido demais!
― Ai, que vergonha, gozei... ― pois é, tenho esse problema; maiormente em situações imprevistas como esta: precocidade na finalização, algumas damas mais exigentes chiam contra este que é um dos gatilhos mais rápidos da zona oeste. A mina, porém, não deixou a peteca cair.
― Que lindo, você gozou pra mim, baby. Mas ainda quero mais, e você vai me dar mais.
Baby?! Não tive sequer o lazer de me indignar com o apelido cuti-cuti: a doidivanas já iniciara uma providencial massagem prostática com o indicador direito, ordenhando o pingolim com a canhota em busca da rigidez perdida. Em situações vexatórias como esta, só mesmo o bom e velho fio-terra para resolver as questões hidráulicas envolvidas na árdua tarefa de reanimação do Ciclope adormecido. A danada estava realmente aproveitando ao máximo o curso de cuidadora no Sírio-Libanês ― será que o meu plano cobre um home care desse nível?
― Humm, humm, olha lá, que fofo, ficou durinho de novo, hmm, gostoso!...
Love labor’s rewarded; depois de auxílio tão luxuoso na cuíca, minha pipa empinou novamente, e debicava infrene, ansiosa por voltar à ação. Não se fez a moçoila de rogada: atirando-se de costas na cama redonda, arreganhou o compasso, descortinando uns lábios superiores, inferiores, maiores e menores cuja cor de morango convidava para uma tradicional socada missionária.
― Ah, benzinho, se é pra let’s go, que seja now ― renovado o orgulho da vara varonil, e com o tarugo devidamente revestido pelo látex galvanizado, resolvi me fazer de caro.
― Anal?! Now? Nada mal, por que not? Quem não arrocha, não atocha; vem meu tigrão, vem ni mim que eu tô facinha!
E vim, ou melhor, fui, com tudo; porta da frente, porta de trás, meia nove sem frescura, sentada reversa na maçaranduba, giratória... uma recapitulação do Kama Sutra em versão de bolso ilustrada. Minha valorosa partner exibia todos os estigmas que identificam a mulher-violino ― aquela que canta no pau ―, a marca d’água da verdadeira safada: encharca o lençol, grita, morde a fronha, senta, rebola, e ainda bate um bolo.