segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ontem fui à Bienal do Livro

Juro não consegui sabotar
Eram tantos livros bonitos e belos
Tinha Monteiro Lispector
Tinha tinha Clarice Lobato
Também tinha Jorge Coelho
E quem diria Paulo Amado

Havia as moças bonitas e exigentes...
Seriam também inteligentes?
Ora deixa pra lá, não sabia
Eu o que pensavam!
Tinham sim bonitas coxas
E lindos peitinhos

"Gente" eu vi e senti
Tanto livro e eu sem grana
Quase quase me espanto!
Tudo era muito bom
E isto me causava "gana"
Depois eu vos "conto"

Só sei que não dei bobeira
À meia-luz, ao meio-dia
Valia quase tudfo
Era Book digital
Que até sonhei Melodia
Êta cultura banal;
Muito Muito cuidado
com o anal...

Libni Gerson
22/08/10

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

ORDÁLIO

na verdade o poema me dói
quando vem
lacerando dentro
& fora

nascido de muitíssimas mães
navegando
por uma escura casa
de um canto
ainda mais obscuro
uma certa época
em que fui profundamente
infeliz

às vezes
um abandono doloroso
ou
um peso insuportável
mas a cada vez
e sempre:
um exorcismo

querer escapar
do mundo
é traduzi
lo

na verdade o poema vem
de um lugar sujo
& virgem
da minha
alma

um outro eu
mau
de uma violência grandiosa
demoníaca

cravando
os dentes na vida
e quando ele começa a falar
nos diz que foi
enjeitado

segunda-feira, 16 de agosto de 2010




Foi nos anos 20 que as estruturas abertas se liberaram. Asfixiadas na 2ª guerra, escaparam do cerco nos anos 60 e se espalharam pelo mundo. Dada a capacidade de nadar de braçadas sobre as lutas de classe e também sobre os templates educativos, intelectuais, artistas, governantes bacaninhas namoraram estas estruturas na segunda metade do século, mantendo sempre uma distância “saudável”. Por exemplo, um teatro construído desta forma, podia se manter aberto e permeável à visitação dos curiosos, contando que estes não ousassem subverter as diretrizes do petit comite!
Em pouco tempo de compartilhamento, a internet, onde qualquer um entra no grupo e fala as groselhas que lhe vêm à telha, produz desconcerto e sensação de desabamento da ordem do mundo.
As estruturas abertas já estavam por aí, mas desaparecidas não incomodavam.

domingo, 8 de agosto de 2010

CONVITE




No princípio era o verbo, depois a verborragia, por fim, o charivari. No entanto, estão por aí os neutrinos que atravessam tudo, o pré-verbal, os não-ditos, o pensamento do fora e aquilo que está além dos limites do imaginável. LOWCULTURA se propõe como um canal da cultura que surge acima, abaixo, ao lado, contra ou junto com a razão e a norma. A loucura da razão já colonizou as formas perfeitas, já engendrou cânones para o pensamento e a criação, já foi usada para justificar deuses intolerantes e versões totalitárias da opressão social. A estratégia sonsa da LOWCULTURA é que primeiro ela é louca, depois é que se tenta saber em que plano de consistência nos encontramos. A bordo da Enterprise na trilha de alienígenas distantes, há sempre universos a explorar. E este é o tema do primeiro número da REVISTA LOWCULTURA, captar os sinais emitidos por outras tantas formas de sentir, produzir e estar no mundo. O que no último século se desenvolveu em termos de tecnologia de reabilitação psicossocial, agora se atualiza em projetos de imaginação de renda: moda, escritura, ativismo político-ambiental, redes sociais, urbanismo, design, música, fotografia, vídeo, dança etc. Colaboradores são aceitos.

Data de lançamento: 23 de outubro de 2010
Horário: das 14 às 16:30 hs
Local: Casa das Rosas, av. Paulista n. 37
Trabalhos escritos: 1 por autor entregar (postar neste blog) até 15 de setembro
Os Editores