outro dia
tomando um café
me dei conta da fração
de segundo em que o obturador
da alma se abre
e então é a paixão inteira que se
revela
em grande angular
apenas
talvez
um milionésimo de agora
um lampejo fugido
dos fingimentos da vida
corriqueira
é o momento que acaba a espera
o outro chegou
quando houver uma câmera tão
rápida
quanto os movimentos da alma
surpreenderemos o exato frame
em que a janela escancara
e leremos a verdade nua do
coração
sem véus
sem o chumbo do hábito
sem a preguiça das convenções
pois nada é tão silenciosamente
caro
quanto o pronto instante
a simples passagem da luz
quando algo centelha por trás
do tecido de um pano desfiado
2 comentários:
Bonito demais!
Bonito demais!
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