domingo, 26 de junho de 2011

O que não tem fronteiras


Há alguns milênios hominídeos saíram do vale do Rift na África, provavelmente movidos pela fome e foram andando por esse mundo sem saber o que teriam pela frente. Muitos ficaram pelo caminho, alguns foram encontrando abrigo e alimento e ao que tudo indica outros companheiros. São nossos ancestrais. Sabemos muito pouco sobre antepassados e isso ajuda muita gente pensar que não tem nada a ver com eles. São os que se julgam diferentes e/ou especiais no que diz respeito a sua origem e a sua importância na escala (esta palavra já dá uma idéia de ascensão) evolutiva.

Bem, eu sou brasileira e ser brasileira significa no meu caso ser metade italiana e metade... aí começa. Tem os índios que habitavam essas terras e os portugueses que por aqui chegaram e que por aqui ficaram por muito tempo. Isolados alguns se misturaram com as varias tribos, já havia por aqui alguns poucos europeus e depois por cá aportaram franceses, holandeses e a mistura continuou (sabemos que muitos portugueses já traziam suas misturas com mouros, romanos, etc.) Trouxeram os negros, vieram ingleses, dinamarqueses. Devo ter um pouco de quase todos, assim como a maioria dos brasileiros.

Com um pouco mais desse ou daquele temos gente de varias cores, larguras e tamanhos em inúmeras combinações, algumas especiais outras não tão felizes. Isto é um sangue brasileiro, uma salada das mais variadas, cheia de formas, cores e cheiros.

Acontece a mim, de algum sabor ser conhecido sem nunca ter sido provado, ter saudades desconhecidas e coisas do gênero. Atavismos quem sabe? Gosto deste mosaico que me compõe. Não entendo o desejo de alguns de só ter uma origem, a raça pura, sem mistura. Além de triste é monótono. Não usufruem essa variedade e nem a alegria de ter um baile nas veias cheio de gente dançando.


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