sábado, 4 de dezembro de 2010

os adiamentos da manhã


o verão chega e estou
atrasado
sem ar para as comemorações
cruas
a vida pesa a soma dos meses
perdidos
mudo movimento das nuvens
embaixo
de um céu demasiado
azul
uma claridade chispa
sem chuva
sem música
vento virando
no porto intangível o poema desperdiça
domingos
manhãs tristes carinhos
a escrita
é um capitão raivoso
a doce inutilidade de morrer
na praia

Um comentário:

angela disse...

Tudo que é belo é inútil, não sei pra que serve um arco-iris ou o brilho das estrelas ou ainda a beleza dos seus versos.